sábado, 20 de dezembro de 2008


É sempre assim...

Eu leio coisas lindas, eu guardo coisas lindas, eu penso e invento coisas lindas, mas na hora de escrever, acho que a vontade é tanta que as palavras se embaralham e atropelam ... eu leio releio e não publico!
Esse foi!
Não me lembro bem as palavras e o poeta menos ainda, mas ele disse que quem inventou o "ano" teve uma idéia genial de alimentar as esperanças dos pobres mortais.... pois apesar do tempo ser contínuo (alguém tem alguma definição de tempo???? _"É aquilo que o relógio marca" foi a melhor até agora...), agente engana a esperança contando tudo outra vez, como se desse pra voltar no tempo!!!!
Eu sou obrigada a declarar mais uma vez que sou FELIZ!
Apesar de todos os dramas diários que enfrento, nem sempre pessoais. É que se agente considera alguém de verdade, acaba por sofrer pelo outro também....
Eu queria ver todo mundo sorrir ao mesmo tempo....
Mas tem um que perdeu alguém, um que perdeu o emprego, um que mudou de andar, um que perdeu um amor, um que está com dor de cabeça, outro que está na pindaíba...
ai ai! Eu tenho carinho pra amenizar... e esse eu não regulo.
Pra compensar: Tem uns que casaram, outros que foram contratados, outra que está voltando, outro que voltou, uma que forma, uns que vão casar, as famílias vão se encontrar, uns que eu vou abraçar (um tão forte que é capaz de ele ficar "de mal" de mim).
Tem um que não volta mais....
2008 me levou embora um grande tesouro, um amigo leal e presente, fofo e sorridente, lindo e com um coração tão grande.
Era o único (como disse uma amiga em comum) que tinha muitas turmas e muitos amigos além da família, e conseguia nunca faltar a ninguém.....
Ele se interessava pelas pessoas de uma forma única, capaz de se tornar insubstituível na vida de muita gente!
Ele conseguiu unir turmas tão diferentes, que hoje mesmo distante tem um elo forte que se chama Guará, Guari, Guari Boy, Braga ou simplesmente Tiago.
Presenteava as mulheres importantes na sua vida com mimos (bombons no dia da mulher é um mimo) e carinhos, delicadeza rara e encantadora.
Tinha um colo tão confortável, que escutava horas de lamentações ou simples bobagens (ainda escuta essa ladainha, eu não o deixo).
A imaginação dele era tão fértil e pervertida que as conversas sempre rumavam para um erotismo cômico não importando o assunto inicial.
Era um bom companheiro de farra, de viagem, um excelente motorista (quando não dormia no sinal), queria ter uma "hilux" e dizia que ficaria irresistível dentro de uma. Aposto que ficaria mesmo!
Tocava bateria e gostava de rock, mas eu não o vi ou ouvi tocar... só via bateria lá na sala da casa dele....
Eu alimentei alguns hábitos ruins do meu amigo.... mas nós nos divertíamos bastante com esses excessos....
Ele alimentou minha fé com a sua luta e sua partida e o que mais me impressiona é que hoje a saudade é bonita (quase nem dói).... talvez por não ter outra coisa que ele pudesse ser na minha vida além de anjo!
Ele se tornou um exemplo a ser seguido: competente, inteligente, educado, delicado, forte, lindo, sorridente, comovente, alegre, companheiro, divertido.... e uma outra porção de qualidades que eu admiro, respeito e busco!
Eu agradeço a Deus e a você Guari só pela oportunidade de ter te conhecido!
Saudades crônicas de um amigo eterno!

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Todo ano eu tento seguir o Poeta!


Receita de Ano Novo

Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor de arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação como todo o tempo já vivido
(mal vivido ou talvez sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser,
novo até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha
ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens? passa telegramas?).
Não precisa fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar de arrependido
pelas besteiras consumadas
nem parvamente acreditar
que por decreto da esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.
Para ganhar um ano-novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo de novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.

(Carlos Drummond de Andrade)

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Click de Natal!!!! Me dá um Papai Noel!?!?!?!?!?!



Pra ser sincera, se esses dias de Natal não existissem, não me fariam a menor falta...
Pensa bem:
Tem que dar presentes a pessoas não tão agradáveis, mas socialmente indispensáveis!
Ter que abraçar e ser abraçado por um tanto de gente e desejar da boca pra fora (quase sempre) feliz Natal, se é que você ou o outro acreditam mesmo no Natal (aquele natal do menino Jesus e tudo mais)!

O bem da verdade é que eu queria ter aquele controlhinho do filme "click", mas pra mim o botão de acelerar ia ser uasado só entre os dias 22 a 27 de dezembro de cada ano e o pause de vez enquando... pra dar uma folguinha pra essa cabecinha aqui, que ultimamente anda pesada e doída!

Preciso mesmo dessas férias que estão por vir... mesmo com todos os contratempos....
Que venha o próximo ano ímpar, eles casualmente me dão muita sorte!

terça-feira, 9 de dezembro de 2008


Em Dezembro, a Café com Malte completa um ano!
E para comemorar, nós preparamos várias surpresas para este mês!
Novos modelos, novas cores, brindes, mimos, champanhe, brigadeiros! E claro...desconto prá lá de especiais! Venha brindar com a gente!
Primeiro Parabéns:
Quarta, 10/12 a partir das 17:00.
R. Antônio de Albuquerque, 749-sala 906
http://cafecommalte.blogspot.com/

A Café com Malte, das minhas amigas Patrícia e Márcia, é irresistível!!

por mim:
Café com Malte com muito carinho!
Talento sem vontade não acontece... mas quando eles se juntam dá é nisso!
Sei que o sonho começou antes de eu chegar na vida de vocês... mas quando a pontinha da realidade começou eu já estava lá...E vocês merecem parabéns mil vezes!
A Café não é só uma marca de roupa... é uma marca de carinho, delicadeza, dedicação, abdicação, lágrimas como você bem descreveu Márcia!
É também poesia, maturidade, desejo, força e muita felicidade...
Quarta teremos mais um brinde... mais um dos muitos que se foram e que virão!
Desejo a vocês muitas realizações e crescer sempre... mas que continue sendo sempre esse sonho, para que não acabe a poesia!!!
Adoro vocês!


quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

é pra acabar!!!!!



Rifa-se um coração

Rifa-se um coração quase novo.
Um coração idealista.
Um coração como poucos.
Um coração à moda antiga.
Um coração moleque que insiste em pregar peças no seu usuário.
Rifa-se um coração que na realidade está um pouco usado, meio calejado, muito machucado e que teima em alimentar sonhos e, cultivar ilusões.
Um pouco inconseqüente que nunca desistede acreditar nas pessoas.
Um leviano e precipitado coração que acha que Tim Maia estava certo quando escreveu: "...não quero dinheiro, eu quero amor sincero,é isso que eu espero...".
Um idealista... Um verdadeiro sonhador...
Rifa-se um coração que nunca aprende. Que não endurece, e mantém sempre viva a esperança de ser feliz, sendo simples e natural.
Um coração insensato que comanda o racional sendo louco o suficiente para se apaixonar. Um furioso suicida que vive procurando relações e emoções verdadeiras.
Rifa-se um coração que insiste em cometer sempre os mesmos erros. Esse coração que erra, briga, se expõe. Perde o juízo por completo em nome de causas e paixões.
Sai do sério e, às vezes revê suas posições arrependido de palavras e gestos. Este coração tantas vezes incompreendido. Tantas vezes provocado. Tantas vezes impulsivo.
Rifa-se este desequilibrado emocional que abre sorrisos tão largos que quase dá pra engolir as orelhas, mas que também arranca lágrima se faz murchar o rosto. Um coração para ser alugado, ou mesmo utilizado por quem gosta de emoções fortes.
Um órgão abestado indicado apenas para quem quer viver intensamente, contra indicado para os que apenas pretendem passar pela vida matando o tempo, defendendo-se das emoções.
Rifa-se um coração tão inocente que se mostra sem armadurase deixa louco o seu usuário. Um coração que quando parar de bater ouvirá o seu usuário dizer para São Pedro na hora da prestação de contas: "O Senhor pode conferir. Eu fiz tudo certo, só errei quando coloquei sentimento. Só fiz bobagens e me dei mal quando ouvi este louco coração de criança que insiste em não endurecer e, se recusa a envelhecer"
Rifa-se um coração, ou mesmo troca-se por outro que tenha um pouco mais de juízo. Um órgão mais fiel ao seu usuário. Um amigo do peito que não maltrate tanto o ser que o abriga. Um coração que não seja tão inconseqüente.
Rifa-se um coração cego, surdo e mudo, mas que incomoda um bocado. Um verdadeiro caçador de aventuras que ainda não foi adotado, provavelmente, por se recusar a cultivar ares selvagens ou racionais, por não querer perder o estilo.
Oferece-se um coração vadio, sem raça, sem pedigree. Um simples coração humano. Um impulsivo membro de comportamento até meio ultrapassado. Um modelo cheio de defeitos que, mesmo estando fora do mercado, faz questão de não se modernizar, mas vez por outra, constrange o corpo que o domina.
Um velho coração que convence seu usuário a publicar seus segredose a ter a petulância de se aventurar como poeta.

(não consegui achar o autor)

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Todos amores iguais....

Todo dia, o amor faz em mim tudo sempre igual.
Me acorda e me move com ele, todo espanto e sono invencível. Me exaure e me alimenta, me despe e me respira, toma banho comigo, me desatina, me agita, me salva.
De mim mesma me salva. Nada pontual. Me escande em muitas sílabas, de fé e silêncio e desejo. Me lava os pés, os olhos, muda esfinge de água. Me enxuga e me veste.
E finalmente me acorda: roupas velhas, alma nova.
Todo dia, o amor faz em mim tudo sempre igual.
Me escolhe, me constrange, senta comigo, tomando café. Molha comigo as plantas, olhando pela varanda, paisagem de estanho e neblina. Às vezes muito azul, às vezes domingo. Às vezes feriado de sol.
Manda mensagens, o amor, pelas minhas mãos já antigas. Chora comigo, calado, esperando que alguém interrompa essa forma fútil e febril de fazer contato comigo mesma. Depois ri, desatinado e urgente. Bobo de esperança e carinho. Pleno de cuidados, ele me chama menina. Tola, melancólica, poeta.
Larga pra lá e vai pela rua assoviando. Sobe no elevador do trabalho, já esquecido de tudo.
O amor. Todo dia. Almoça comigo e trabalha. Quer chamar atenção. Escreve mudas linhas oblíquas. Todas dizendo, encantadas: fica comigo, meu amor? Todo dia, ele liga. Pra contar novidades, ele liga. Pra dizer do mundo. Do outro. Dos muitos modos de cantar e de morrer. Vê TV comigo, fica triste e desliga.
O mundo ele desliga. E fica preferindo os livros. Todo dia, ele inventa comigo uma forma nova de dizer seu nome. Um modo outro de pedir desculpas. Fica desencantado. Faz bico. Diz que não tem controle de si, me espanta.
Escreve o nome dela em todas as paredes. Fica olhando depois, tonto de alegria bandida. Todo dia, coitado, ele vai embora e volta. Desiste de tudo. Desamparo. A fome aperta, seis da tarde.
Louco pra beijar, ele me espera. Eu sento com ele no colo, digo que está tudo bem. Me resguardo. Deixo ele chorar baixinho. Deixo ele dormir. Quase menino e pavor.
Depois acorda, renovado. É a vez dele me ninar. E sorrir. Afaga meus cabelos, o amor, me põe deitadinha na cama. Faz de mim o que quer; diz que é assim mesmo. Hoje beija, amanhã não beija.
O consolo da poesia vem dele mesmo, culto e suave. Eu escuto seu canto, vou dormindo aos poucos. Entre febril e iluminada. Entre triste e alegre. O tempo anda, eles vêm vindo juntos. Amor e sono. Sono e amor. Eu sonho com ela. Tudo está certo. De repente certo. Ela virá. Eu sei. Foi o amor que me disse.
por Rebecca
http://umasoutras.blogspot.com/