segunda-feira, 30 de março de 2009

Quando crescer (por outro autor)


Da macieira nascem maçãs.

Da bananeira nascem bananas às pencas.

Da canguru nascem (adivinha?) canguruzinhos.

De cada semente uma planta, de cada receita uma janta.

Antes de nascer já se sabe o que vem, antes de brotar já se adivinha no que vai dar.

Não tem surpresa, não tem mistério, não tem desculpa.

A cadelinha não pare porco, nem a vaca vai parir galinha.

Mas com gente é complicado, com gente não é bem assim.

Por isso eu te olho tonto e te entendo pouco quando você pergunta o que eu vou ser quando crescer.

E eu vou saber? Ninguém veio me dizer o que eu vou ser quando crescer. Não sei se vou ser o cozinheiro ou o prato, a face ou o tapa, o que afasta ou o que abraça.

Não sei se já tive minha quota, não sei se o melhor está por vir, se é só o começo ou se é quase o fim.

Não sei dizer o que você quer saber, o que vou fazer, que bicho vai dar. Hoje mesmo, nessa exata hora, não faço idéia do que vou ser quando crescer. Não tenho a menor pista de como isso tudo vai acabar.


Maurilo Andréas


Assino em baixo:
Marianne Moraes

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